Você gostaria de se diferenciar da concorrência, ter vantagens competitivas, antecipar tendências, inovar como prática diária?
Provavelmente sua resposta é sim, empresas e empreendedores buscam o famoso “oceano azul”, onde você larga na frente, e constrói o futuro através de suas soluções inovadoras e diferenciadas.
Mas como chegar lá? Qual o caminho para construir uma organização inovadora, que aprende constantemente, que cria, gera soluções para o mundo atual?
Ter as melhores técnicas de inovação, adotar os processos mais modernos com precisão, trabalhar com dados, indicadores, inteligência artificial, e todo o que há de mais potente em termos de ferramental para inovação é importante, mas é algo que de certa forma, está acessível a todas as empresas.
As boas metodologias de inovação são conhecidas, e mesmo pequenos negócios podem adotar boa parte de seus princípios.
O que vai diferenciar de fato são as pessoas, o seu time. É ele que irá ditar o seu limite.
E agora você pode estar pensando que o melhor a fazer é contratar somente profissionais do MIT e de Harvard. Engano...
Um dos principais fatores que tornam um time um potencializador de melhorias e inovações, é a diversidade da equipe.
Na pesquisa realizada pela Innoway com mais de 170 empresas e mais de 12 mil respondentes, a aceleradora da cultura de inovação traz resultados claros e palpáveis para nós!
A diversidade tem uma correlação direta com o poder de inovação, com um coeficiente de 0,8 (para um máximo de 1 na escala Pearson*), mostrando que ter ambientes diversos de fato gera capacidade de inovação.
Outro dado que chama a atenção é o coeficiente de 0,9 na correlação entre diversidade e adaptabilidade, que é a capacidade das organizações se adaptarem rapidamente às mudanças, um outro ponto forte de empresas inovadoras.
A pesquisa evidencia-se a importância de ter times diversos, e aqui é que a coisa começa a pegar! Muitas empresas e organizações já adotaram programas de diversidade e inclusão, mas a mesma pesquisa da Innoway mostra que a diversidade ainda está engatinhando e precisa de avanços.
Representatividade, inclusão e autenticidade ainda precisam ser bem trabalhadas e apresentam resultados medianos, respectivamente 68, 67 e 62 (num total de 100 pontos), com bastante espaço para melhora e avanços. Estamos falando de dar visibilidade e oportunidade para os diferentes grupos dentro da organização, como mulheres, minorias étnicas, pessoas com diferentes orientações sexuais, pcds, etc; além de ter um ambiente de segurança psicológica para a livre expressão de ideias e da sua essência pessoal.
A diversidade geracional tem uma pontuação um pouco melhor (72 de 100), havendo um entendimento de que nas empresas há espaço para a integração de pessoas de diferentes faixas etárias, com valorização da variedade de experiências e perspectivas, embora apenas 11% dos respondentes tenham idade acima dos 50 anos.
E não nos surpreende, que o ingrediente que ainda é invisível para muitas organizações e tem a pior pontuação, é a neurodiversidade, com apenas 48 pontos (num máximo de 100).
As barreiras impostas nos processos de seleção e recrutamento para pessoas neurodiversas (com dislexia, autismo, tdah, discalculia, Tourette, etc) são enormes e na maioria dos casos faz com que esse grupo, que representa mais de 20% da população, seja excluído desse mercado.
Todos perdem, os neurodiversos em sua dificuldade para conseguir um bom trabalho, mas principalmente as organizações que não se apropriam desse ingrediente invisível para alavancar sua capacidade de inovação.
A neurodiversidade não traz apenas diversidade de contexto ou perfil, e sim diferenças na abordagem de soluções, na visão de mundo e na geração de ideias.
A inclusão da neurodiversidade é a fronteira invisível, que transposta, gera uma mentalidade com capacidade de observar as habilidades individuais e potencializá-las. Por ser uma diferença neurológica, é algo muitas vezes não identificado e que acaba sendo julgado de forma errônea.
Essa característica faz com que lideranças preparadas para abraçar a neurodiversidade sejam autenticamente inclusivas, abertas a novas ideias e a constantes melhorias.
Essa é uma oportunidade para que empresas possam evoluir e incrementar sua capacidade de escrever o futuro.
artigo em parceria
Daniel Alves
CEO Innoway
Nadine Heisler
Educadora e coordenadora do Instituto Domlexia
* O coeficiente de Pearson, também conhecido como coeficiente de correlação de Pearson, é uma medida estatística que expressa o grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas. O coeficiente varia de -1 até +1, sendo que
Um valor de +1 indica uma correlação positiva perfeita, ou seja, quando uma variável aumenta, a outra também aumenta proporcionalmente.
• Um valor de -1 indica uma correlação negativa perfeita, significando que quando uma variável aumenta, a outra diminui proporcionalmente.
• Um valor de 0 indica que não há correlação linear entre as variáveis.
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